“Voltemos à Escola” é o mais recente livro de Paulo M. Morais, apresentado no 'Porto de Encontro: à conversa com escritores', que decorreu a 13 de Maio na Biblioteca Municipal Almeida Garrett. Trata-se de um retrato da famosa Escola da Ponte e de um resumo da experiência do escritor.

Antes de iniciar o projeto, Paulo M. Morais não leu muito sobre a Escola da Ponte, um projeto de escola diferente, criado há 40 anos por José Pacheco, em Vila das Aves. Quis ir à descoberta e deixar-se levar por estes conceitos diferentes dos tradicionais, “a que estamos habituados”. No início, sentiu-se perdido – “porque é uma perda dos nossos referentes” –, mas depois percebeu que o que lá se faz “é um trabalho de paixão, de resistência e de resiliência”.

Na conversa com o jornalista Sérgio Almeida, Paulo M. Morais falou de algumas diferenças entre a Escola da Ponte e as escolas tradicionais, a começar pela disposição das carteiras nas salas de aula ou no lugar do professor dentro da aula. Ao longo de cerca de dois meses, esteve nos corredores a observar e a tentar perceber os novos conceitos.

Esta é, por isso, “uma experiência de um romancista, de um ex-jornalista que está a experimentar”, afirma o autor, ressalvando que o pressuposto não é ser um livro académico, já que não é “um especialista em educação” – “é um livro da viagem de alguém que entra numa realidade que desconhece.”

Para Paulo M. Morais a Escola da Ponte reúne uma série de “conceitos sustentados em pessoas”, e embora não seja nem melhor nem pior do que as escolas tradicionais, “é apenas diferente”, o que é certo é que “alunos, professores e funcionários gostam de ir à escola, o que nem sempre acontece”.

À apresentação do livro, seguiu-se um debate com Rui Trindade (professor da Universidade do Porto e colaborador permanente da PÁGINA) e com Ana Moreira e Eugénia Tavares (membros do Conselho de Gestão da Escola da Ponte). O encontro foi promovido pela Porto Editora.

Maria João Leite