(AFP)

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, propôs que o instituto fixe como meta reduzir a pobreza na América Latina em 50 por cento nesta década. O fracasso dos esforços empregados para a redução da pobreza e da desigualdade está a minar a confiança da população no sistema democrático e no livre mercado, advertiu Iglesias ao abrir em New Orleans, Estados Unidos, a 41º reunião anual da Assembe⁄ia de Governadores do BID.
O desafio de Iglesias é apoiado pelo Secretário de Tesouro dos EUA, Lawrence Summers, que convidou o banco a concentrar mais a sua acção em apoiar os programas de inclusão social e redução da desigualdade. Summers, eleito presidente da Assembleia de Governadores do BID pelos próximos 12 meses, recordou o compromisso assinado em 1998, em Santiago do Chile, pelos presidentes de todo o hemisfério para fazer da educação a arma principal da luta contra a pobreza.
"A educação é o motor da prosperidade", disse Summers, que no seu discurso na Assembleia anunciou que presidirá a um processo para rever as políticas do BID e focar os seus objectivos para prioridades sociais básicas. O BID tem o mandato de destinar pelo menos 40 por cento de seus empréstimos e 50% de suas operações para programas que beneficiem os pobres, mas Summers sugeriu que essas metas sejam elevadas.
Numa altura em que alguns países da região começam a sair da crise e ganham acesso aos mercados privados de capital, Summers sugere também a criação de um sistema de "graduação" como o que existe no Banco Mundial, não para negar créditos e sim para cobrar taxas de juros ligeiramente mais altas.

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