O chefe do Estado-Maior conjunto dos Estados Unidos, almirante Michael Mullen, assegurou em meados de Janeiro que o centro de detenção em Guantánamo deveria ser fechado, mas afirmou que não há previsão de quando essa decisão possa ser tomada. "Consideramos que esta missão é durável, até que alguém venha e feche o centro", disse Mullen após visitar a prisão na base naval americana em Cuba. "Não tenho ideia de quanto tempo vai levar (para o encerramento). São os dirigentes políticos que devem tomar essa decisão". "Afirmo publicamente que devemos fazê-lo. O secretário de Defesa (Robert) Gates disse publicamente que devemos fechá-la. Mas não se tomou ainda nenhuma decisão", acrescentou. O almirante Mullen assinalou ainda que Guantánamo prejudica a imagem dos Estados Unidos: "Acredito que a imagem que se tem de Guantánamo no mundo representa os Estados Unidos; em termos de reputação, isso faz-nos ser mal vistos". "Por outro lado, há neste local pessoas muito perigosas, que cometeram crimes terríveis", concluiu Mullen. Seis anos depois da chegada à Guantánamo dos primeiros prisioneiros da "guerra contra o terrorismo" em Janeiro de 2002, haverá 277 detidos, mas nenhum processo foi aberto. Mais de 500 presos foram libertados, a maioria sem que contra eles tenha sido apresentada qualquer acusação. Após vários anos de processos judiciais, está previsto para Maio o primeiro caso diante de um tribunal militar.
AFP
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