Milhões de crianças morrem anualmente por doenças passíveis de serem curadas com tratamentos simples, porque não têm acesso a medicamentos seguros, eficazes e com preços acessíveis, denunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS). Das dez milhões de crianças de cinco anos que faleceram em 2007, dois terços poderiam ter sido salvas, assinala a OMS. "As crianças não assimilam os medicamentos como os adultos e, por isso, necessitam de doses diferentes", sublinhou a OMS em comunicado. "Os medicamentos destinados às crianças são fabricados para que se ajustem à idade, ao estado geral e ao peso corporal", acrescentou. A OMS publicou pela primeira vez, uma lista dos 206 medicamentos essenciais destinados às crianças para o tratamento de infecções prioritárias. É preciso melhorar a investigação, bem como o acesso aos produtos de uso pediátrico, afirmou Hans Hogerzeil, director de Políticas e Normas Farmacêuticas da OMS. O problema é mais grave nos países em desenvolvimento, onde as crianças correm o risco de morrer por doenças que podem ser combatidas facilmente. Nos países em desenvolvimento, milhões de crianças morrem por algo tão simples como a diarreia e a desidratação; trata-se de uma situação terrível que tem de ser resolvida. A diarreia pode ser tratada mediante a hidratação, mas as empresas farmacêuticas não têm interesse em fabricar medicamentos para este fim, já que eles são pouco lucrativos. As grandes companhias farmacêuticas e os governos têm de por de lado a ideia de que a saúde é apenas um grande negócio e resolver este problema. Às opiniões públicas cabe exigir que ele seja resolvido, lembram autoridades médicas.
AFP
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