Nestes tempos difíceis, em que ser crítico pode ser perigoso, ser assim pode ser fatal? Talvez? Mas que é isso, então? Sim, "ser crítico"? Li este texto, fiquei espantado; voltas que o Mundo dá? Ser crítico é também, sempre, ser isento, nunca sectário. Limito-me, este mês, a seleccionar um texto, citando-o como deve ser, para reflexão.
"A economia e o resto
A qualidade de vida não reside só nas grandes urbes, que concentram, congestionam e desperdiçam recursos, e são mais caras para os contribuintes, os que lá vivem e os outros. Um caso flagrante é o da rede de serviços públicos (educação, saúde, justiça, segurança, correios, etc.). A sua racionalização acaba por beneficiar os maiores centros urbanos, por razões ditas de sinergia e economia. Ora, há outros valores acima da economia. Há as pessoas e há a história. Há, pois, deveres de Estado. Há o dever de salvar as pequenas terras. Com escolas, por exemplo. Em vez de as fechar e levar crianças para fora, é fazer o contrário, é trazer crianças para dentro. E há o dever de apoiar as cidades médias. Por exemplo, com núcleos de excelência, como laboratórios, maternidades, institutos. Em vez de os retirar de lá, é fazer o contrário, é deslocá-los das grandes cidades para lá. Há o dever de não embarcar em ondas centrípetas, próprias do mercado e da sua 'mão invisível'. O que se vê, porém, é o Estado centralizador a cavalgar na crista dessas ondas, uma das quais, uma das piores, é o despovoamento. E não me digam, parafraseando Eça, que a economia é tudo, tudo o resto é nada..." (Miguel Cadilhe; publicado sábado, 2 de Junho de 2007 0:00 por Expresso Multimédia) Espero que achem bem ver na Página texto assim. Dá que pensar. O Mundo pula e avança, como bola colorida, entre as mãos de uma criança? Pula para onde? Quem é a "criança"? Nasceu numa maternidade? O Mundo avança?
|