DÁ QUE PENSAR
A recente proposta feita por organizações sociais próximas do presidente Evo Morales de inserir a folha de coca no escudo de armas da Bolívia suscitou a reprovação de sectores conservadores e intelectuais. A medida foi defendida por membros do partido no poder, "Movimento Ao Socialismo". O partido do presidente Evo Morales, que já foi um plantador de coca, defende a legalização internacional da folha. "A coca representa apenas os departamentos produtores de La Paz e Cochabamba. Se a população pretende vê-la como símbolo regional que o faça, mas não se pode obrigar todo um país a considerá-la como tal", disse Mariano Aguilera, do partido "Autonomia Para a Bolívia". Ruben Dario, do partido da oposição "Podemos", de direita, afirmou, por seu lado, que não se deve esquecer que "a coca deu da Bolívia uma imagem de produtora de cocaína". A Bolívia é o terceiro produtor mundial de coca, um produto utilizado pela população indígena como suplemento nutricional e às vezes médico, assim como para rituais ancestrais. A substância base para a fabricação da cocaína é extraída de um dos 14 alcalóides da coca. Outro desses 14 alcalóides é utilizado para a fabricação da Coca-Cola.
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