PATRIOTISMOS
A justiça japonesa deu razão, pela primeira vez, a professores que se recusaram a cantar o hino nacional por o considerarem, do ponto de vista pacifista, um símbolo do militarismo nipónico. Esta decisão coincidiu com a eleição, à frente da direita japonesa, do conservador Shinzo Abe, que é favorável à reintrodução de uma educação patriótica nas escolas, um grande tabu no Japão pós imperial a partir de 1945. O tribunal de Tóquio decidiu a favor de 400 professores que mantinham um pleito com a Academia de Tóquio. Os magistrados consideraram que a obrigação «excessiva» de cantar o hino nacional, bem como a de hastear a bandeira, vai contra «a liberdade de consciência» das minorias garantida pela Constituição. A Academia de Tóquio foi condenada a pagar 30.000 yens (200 euros) a cada queixoso. Em Outubro de 2003, a municipalidade populista e de direita de Tóquio tinha ordenado a obrigação de hastear a bandeira e de cantar o hino nacional, o «Kimigayo», nas cerimónias de inicio do ano lectivo e da entrega de diplomas nas escolas públicas. Mais de 300 professores foram então castigados por não obedecerem à ordem. O «Kimigayo» («o reino de nossa majestade»), uma ode ao imperador, bem como a bandeira nacional «Hinomaru» (um Sol vermelho sobre a neve) foram reconhecidos como símbolos do Estado japonês em 1999. Estes símbolos nacionais, têm o apoio da direita, mas a oposição de muitos professores de esquerda.
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