UNIVERSOUm poderoso telescópio capaz de captar as imagens mais nítidas do Universo, só superadas pelas do telescópio espacial Hubble, começou recentemente a operar no topo do monte Pachón, no norte do Chile. O novo instrumento, que faz parte do Observatório Austral de Pesquisas Astrofísicas, estará vocacionado para ?investigar os limites do universo conhecido, situados a cerca de 14 mil milhões de anos-luz da Terra? explica o astrónomo e fotógrafo Arturo Gomez, do Observatório Cerro El Tololo, que participa neste projecto. Como curiosidade, lembre-se que, segundo os astrónomos, se o Sol ? a estrela mais próxima do nosso planeta ? se apagasse, os habitantes da Terra só sentiriam a escuridão oito minutos depois. Mas para além do Sol existem estrelas noutros sistemas planetários e galáxias cuja luz demora biliões de anos a chegar à Terra. Estes são os horizontes que o novo telescópio tentará explorar, o que significa que, a estar correcta a teoria do Big-Bang, segundo a qual o Universo nasceu há 15 mil milhões anos, os cientistas do observatório do monte Pachón estarão, na prática, a observar o passado mais remoto da matéria. Com instrumentos infra-vermelhos e uma abertura do espelho principal de 4,2 metros de diâmetro, os cientistas esperam que o telescópio capte imagens tão nítidas do Universo que poderão equiparar-se com as obtidas a partir do observatório espacial Hubble, cujo tempo de vida útil deverá estar limitada até 2010. "Este telescópio estará dedicado principalmente à observação infra-vermelha, ou seja, a um dos comprimentos de onda que o olho humano não consegue captar", explica Gomez. Para isso, os ?olhos? do telescópio contam com o apoio de uma avançada tecnologia que modifica a estrutura do espelho e anula as turbulências atmosféricas, permitindo a observação fixa dos objectos. Os telescópios antigos captam imagens afectadas pela turbulência atmosférica, o que faz brilhar os objectos e gera menor nitidez no campo de observação.
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