O uso da cannabis não tem efeitos a longo prazo na inteligência do consumidor,
revela um estudo publicado no mês passado na Revista da Associação Médica do
Canadá. Os investigadores canadianos advertiram, porém, que esta conclusão deverá
ser interpretada com precaução, destacando serem necessários novos estudos para
determinar se o consumo desta droga afecta actividades cognitivas específicas
como a concentração ou a memória.
A pesquisa preliminar dos cientistas da Universidade de Carleton, em Ottawa,
verificou o Coeficiente de inteligência (QI) de 70 pessoas dos 17 aos 20 anos
de idade, mediante avaliações e análises de urina, comparando estes resultados
com os obtidos entre os 9 e os 12 anos de idade, antes de os pacientes se terem
tornado consumidores de cannabis.
Já foi provado que a cannabis pode causar mudanças cognitivas agudas que duram
várias horas depois do consumo, mas os investigadores tentaram determinar se
ela produz um efeito negativo além desse breve período. "Concluímos que a cannabis
não tem um efeito negativo a longo prazo na inteligência global", refere Peter
Fried, professor de psicologia.
No entanto, os cientistas garantem que irão realizar novos estudos, destacando
o facto de estes resultados poderem ser considerados "inconclusivos" devido
ao reduzido número de participantes, à duração do período de consumo ou à baixa
idade dos indivíduos.
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