Gil Ferreira |
20 anos, aluno de guitarra da Escola de Jazz do Porto
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Estás a aprender guitarra eléctrica por puro prazer ou tens
alguma aspiração a nível profissional?
Aspirações profissionais todos acabamos por ter, mas é essencialmente
com um objectivo de construção pessoal.
Como é que vês a relação oferta/procura em termos de mercado
de trabalho, para os músicos?
Quem quer ter uma carreira artística em Portugal , tem de
apostar não só so seu projecto musical em si, como também no ensino. Viver só
da música, com um grupo de Jazz, ou uma banda de Pop, ou Rock, é muito difícil.
O mercado cresceu, existem muitas mais editoras , agências de espectáculos ,
escolas, mas o número de bandas também aumentou. Se formos a ver os grandes
concursos de música moderna, como por exemplo , o Termómetro Unplugged de
2001, estiveram a concurso 136 bandas . Isto já é uma amostra significativa
de que agora há também mais concorrência. Por isso quem quer estar ligado à
música tem de apostar no ensino.
Por falar em ensino, recordas-te do que fazias nas aulas
de Educação Musical ( 2º ciclo do Ensino Básico)?
Tenho uma impressão muito negativa dessas aulas.
A sala de aulas deve, ou não, abrir as portas aqueles instrumentos
menos clássicos, como a guitarra, a bateria, o saxofone?
Toda e qualquer experiência que vem no sentido de inovar a
Educação Musical é sempre bem vinda. O instrumental Orphe (intrumentos de lâminas)
acaba por ser o mais acessível para o início de uma aprendizagem e monetariamente
mais acessível para o Ministério da Educação. Mas acho que era uma excelente
ideia passar para uma educação musical auditiva e introduzir esses instrumentos
mais vocacionados para o rock, o jazz...
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