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Inquérito do Mês

 

Perguntas

Quais as suas expectativas relativamente à próxima legislatura do ministério da Educação?

Que problemas gostava de ver resolvidos?

 

Respostas

Alice Maçãs
Professora de Português/ Francês

Os problemas do ensino não passam exclusivamente por Portugal. Eles existem também em França, Inglaterra e outros países europeus: como ocupar os jovens? Como criar postos de trabalho?
Como se resolve isto, não sei. São problemas de âmbito mais geral que obedecem à lógica do capitalismo. O governo não pode fazer grande coisa porque o ensino oficial é feito para o aluno médio. Neste país os professores têm de ser psicólogos, sociólogos, assistentes sociais. Não pode ser. Os problemas caem em cima dos professores e eles não estamos preparados para isso. Tem de haver uma nova organização de escola, com pessoal especializado que se dedique à resolução desses problemas, porque nós somos impotentes perante a avalanche de problemas com que temos de lidar.

Ana Maria Guimarães
Professora de Inglês

Temos que esperar para ver. Existem determinadas medidas que, provavelmente, só poderão ser tomadas daqui a um tempo. Não é um ministério fácil. O facto de haver desemprego e mais alunos nas escolas torna as coisas complicadas. Há muitos problemas de indisciplina, desinteresse, desilusão - não só por parte dos alunos mas também por parte dos professores - que não se resolvem de um dia para outro. Questões relacionadas com o porquê dos alunos irem para a escola, o que lhes podemos oferecer - ou que tentamos oferecer mas não podemos porque não temos estruturas nem meios -, etc...

Leonardo Afonso
Professor de Português

Não tenho expectativas em concreto, mas gostava que para o ensino fosse feito um trabalho de fundo, corajoso. Um trabalho a pensar nos jovens, com um ensino mais aberto à comunidade, inclusivamente com interferência directa nessa comunidade, onde sejam repensadas as estruturas de apoio familiares, fundamental para um melhor acompanhamento dos alunos. Enfim, ver os pais mais envolvidos no processo educacional. Será um trabalho a longo prazo, mas que deve ser iniciado agora. Nesta legislatura em particular vejo aspectos concretos que devem ser resolvidos, nomeadamente a sobrecarga curricular, a implementação de educação sexual nas escolas, informação real e concreta sobre drogas, que, apesar de já terem sido discutidas e pensadas, não foram ainda postas em prática.

Ana Lídia Pinto
Professora de História da Arte

Antes de mais, a minha posição relativamente à política é de descrédito. Mas acredito no programa do Partido Socialista e tenho esperanças que o novo ministro consiga resolver alguns dos velhos problemas que se arrastam desde há anos, nomeadamente os que se relacionam com o sistema de ensino e com a carreira dos professores: repensar o acesso à universidade e o numerus clausus, rever e repensar a fórmula dos exames nacionais, a pertinência de existir ou não um exame a todas as disciplinas, entre outros. Em relação à carreira docente penso que devia ser dada mais atenção à idade da reforma e ao verdadeiro problema que é a progressão por créditos.

Paula Alexandrino
Professora de Desenho

Não tenho grandes expectativas para esta legislatura. Mas certamente que gostaria de ver resolvidos alguns problemas como a sobrelotação das escolas, o facto de os alunos andarem tão sobrecarregados em termos curriculares, a falta de cultura geral dos alunos e das famílias, etc... Relativamente ao sistema de ensino não estou a ver nada que se possa resolver no imediato. Qualquer transformação leva o seu tempo.

Jornal a Página da Educação nº 86 - Dezembro de 1999, pg. 2


  
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Edição:

N.º 86
Ano 8, Dezembro 1999

Autoria:

Redacção

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