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Desenvolvimento profissional permanente

" A noção de formação contínua está, actualmente associada à ideia de formação permanente, ou seja, há uma valorização de todos os processos formativos como potenciadores de desenvolvimento profissional e pessoal, sejam eles iniciais ou contínuos, formais ou informais em que os professores se envolvem ao longo das suas vidas" (Forte, 2005: 154).
Ao perfilharmos a ideia de que "tornar-se professor constitui um processo complexo, dinâmico e evolutivo que compreende um conjunto variado de aprendizagens e de experiências ao longo de diferentes etapas formativas." (Pacheco; Flores, 1999:45), não podemos ignorar que há uma multiplicidade de práticas valorizadoras dos saberes de cada um e que pela sua especificidade condicionam de forma positiva ou negativa o desempenho e a identidade dos professores.
A escola é talvez o local onde se encontram hoje em dia, um maior número de pessoas qualificadas do ponto de vista académico, devido à criação de cursos de especialização a que os professores recorreram, na tentativa de uma valorização pessoal e profissional, apesar de tudo, "? a nova forma de conceber o ensino e a aprendizagem exige que os professores se empenhem num processo de desenvolvimento profissional contínuo, ao longo de toda a carreira, permitindo-lhe assim acompanhar, compreender ou antecipar a mudança." (Morgado, 2005: 274). Por isso, como profissionais de educação, interessa-nos reflectir sobre o modo como esta formação, vai de encontro às necessidades reais dos professores, não esquecendo que o desenvolvimento profissional docente é um processo complexo, o que pressupõe uma articulação entre o currículo de formação inicial e o da formação contínua, em diferentes modos e fases de aprendizagem profissional.
Contudo, as condições de trabalho, o individualismo na organização de formações e a visão dos professores como um todo, assim como o desencanto, a falta de formação específica, e a escolha errada da profissão, são obstáculos a este desenvolvimento profissional, pois não podemos ignorar que: o desempenho e as competências que temos e o modo como somos ou não capazes de criticar o que fazemos; os contextos em que trabalhamos; a comunidade que a escola serve e o que dela espera; o contexto de cada escola e professores com as suas dinâmicas e bloqueios; as relações que se tecem com o grupo e respectivos pais ou encarregados de educação, são processos que ocorrem ao longo da nossa carreira e que de forma consciente ou inconsciente nos ajudam na construção de uma identidade profissional.

Referências bibliográficas

  • Forte, A. M. Xavier. (2005). O que pensam os professores do 1º ciclo CEB sobre a formação contínua frequentada? In Morgado, J. A; Alves, M. A. (Orgs.). Mudanças Educativas e Curriculares?e os Educadores/Professores? Actas do colóquio sobre formação de professores. Braga: Universidade do Minho - Centro de Investigação em Educação, pp. 153-174. 
  • Morgado, J. C. (2005). Mudança das práticas curriculares: realidades e perspectivas. In Morgado, J. C; Alves, M. A. (Orgs.). Mudanças Educativas e Curriculares?e os Educadores/Professores? Actas do colóquio sobre formação de professores. Braga: Universidade do Minho - Centro de Investigação em Educação, pp. 265-280. 
  • Pacheco, J. A ; Flores, M. A. (1999). Formação e Avaliação de Professores. Colecção Escola e Saberes. Porto: Porto Editora.

Maria de Lurdes Ferreira Gomes Barbosa da Cunha


  
Ficha do Artigo
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Edição:

N.º 178
Ano 17, Maio 2008

Autoria:

Maria de Lurdes Ferreira Gomes Barbosa da Cunha
Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho - Braga Mestre em Educação - Especialização em Desenvolvimento Curricular
Maria de Lurdes Ferreira Gomes Barbosa da Cunha
Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho - Braga Mestre em Educação - Especialização em Desenvolvimento Curricular

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