Autor do massacre na Finlândia queria incendiar a escola
O aluno que assassinou oito pessoas no dia 7 de Novembro numa escola na Finlândia antes de cometer suicídio disparou 69 vezes, aleatoriamente, e tentou incendiar a escola. "No local foram encontrados 69 cartuchos", declarou o investigador Jan Olof Nyholm na conferencia de imprensa realizada em Vantaa. O estudante Pekka-Eric Auvinen tinha em seu poder um total de 389 balas, incluindo as 69 disparadas. Os investigadores divulgaram fotografias dos danos causados. "Foram encontrados líquidos inflamáveis no lugar. Provavelmente ele tentou incendiar o segundo andar. Espalhou líquido nas paredes e no chão", acrescentou Nyholm, que não explicou a natureza exacta desses líquidos, nem o que motivou o jovem a fazer isso. A polícia acha que Auvinen actuou sozinho e não encontrou qualquer arma perto dele. O estudante também deixou uma carta de despedida para a família. Nela, ele expõe as mesmas reivindicações que fez no vídeo enviado ao YouTube sob o pseudónimo "Sturmgeist89". Auvinen, que morreu horas depois de disparar uma tiro na própria cabeça, difundiu na véspera da chacina um vídeo intitulado "A matança em Jokela High School, 7 de Novembro de 2007". O drama aconteceu numa pitoresca cidade de 30.000 habitantes nas margens de um grande lago, 40 quilómetros ao norte de Helsínquia, que se transformou no cenário de uma das maiores tragédias finlandesas nas últimas décadas. As ruas desertas contrastam agora com a efervescência daquela quarta-feira, depois de o aluno do colégio Jokela ter aberto fogo contra os colegas no horário de almoço. Nos 20 minutos seguintes, Pekka-Eric Auvinen, descrito por alguns como um solitário apaixonado por armas e por outros como um garoto "normal", matou oito pessoas: a directora da escola, a enfermeira, cinco alunos e uma aluna. Às 12H04 locais, a polícia ouviu o último disparo que, segundo a primeira reconstituição dos factos, foi o tiro que o jovem deu na própria cabeça e que provocou a sua morte horas depois num hospital da cidade. "Tuusula vai demorar uma eternidade para curar as suas feridas", declarou o perfeito da cidade, Hannu Joensivu. As autoridades finlandesas não decretaram luto oficial, mas determinaram que as bandeiras permaneçam a meia haste nos edifícios oficiais e privados. A matança de 7 de Novembro é uma acção rara na Finlândia, país com 5,4 milhões de habitantes que se orgulha dos pequenos índices de criminalidade em comparação com a restante da Europa. Agora, a tragédia de Tuusula mergulhou o país numa onda de espanto e consternação, assim como numa polémica sobre a vigilância da internet, já que o rapaz anunciou a matança um dia antes, num vídeo divulgado no portal YouTube. Algumas vozes já começaram a criticar as falhas do sistema escolar finlandês que, no entanto, é considerado exemplar em todo o mundo. A directora-geral do Conselho Nacional de Educação, organismo responsável pelo sistema educacional na Finlândia, lamentou a falta de recursos dedicados à ajuda e detecção de alunos com problemas. "O drama não foi uma surpresa", disse indignada Kirsi Lindroos numa entrevista ao canal de televisão estatal Yle. "O trabalho nas escolas é gigantesco e os recursos mínimos. Dispomos do material para fazê-lo, mas aparece sempre o problema dos recursos", resumiu.
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