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Esclarecimento

Estimados leitores,

Na edição do mês de Dezembro da Página apareceu uma entrevista com o meu colega belga e eu. Demos a nossa opinião sobre o sistema educativo português desde o ponto de vista de sermos assistentes de línguas dentro do programa Comenius/Sócrates da União Europeia.
Aquele artigo é a razão de eu escrever esta carta. Esta serve para esclarecer algumas coisas que, pela razão de eu não dominar completamente a língua portuguesa e de eu, por falta de tempo, não ter pensado muito bem antes de falar, foram descritas ou interpretadas duma maneira que não correspondia às minhas intenções.
Assim, há uma passagem específica no artigo que queria comentar. É a passagem onde se diz: "...apesar de haver muitos bons professores na escola, reparei que os de língua inglesa têm algumas dificuldades ou ensinam mesmo coisas incorrectas. Praticamente em cada aula eu assisto a situações dessas, o que é de alguma forma inaceitável.".
Esta passagem contém linguagem muito forte e não traduz as ideias que eu, na realidade, quis transmitir. Nesta passagem estava a falar dos professores de inglês, não por serem maus professores, mas sim por serem mais ou menos os únicos dos que eu assisti às aulas. E, quanto às "coisas incorrectas" de que eu falei: estas não são de nenhum modo ensinadas. São erros que eu alguma vez ouvi na conversa dos professores. E o que eu quis assinalar é que são erros de língua inglesa que são específicos para os falantes do português.
A minha ideia principal, detrás deste ponto de crítica, não tem nada a ver com os professores de inglês da minha escola mas era, melhor dizendo, uma ideia geral. A minha opinião é a seguinte: o nível de inglês dos professores e dos alunos aqui em Portugal (ou seja dos portugueses em geral) é mais baixo do que na Bélgica. MAS sabendo que o português não pertence à mesma família de línguas que o inglês, acho que o nível, sendo o português uma língua românica, ainda é muito bom. Na Bélgica o nível de inglês, logicamente, é melhor sendo o neerlandês (ou o holandês) uma língua da mesma família (germânica).
Se, por acaso, aquelas palavras do artigo magoaram algumas pessoas, quero pedir desculpas porque realmente nunca tive más intenções. Também peço desculpas à Página e ao jornalista Ricardo Costa por ter-me expressado mal. Foi um malentendido que agora espero ter resolvido. Os portugueses devem saber que tenho muito respeito para com o povo português e os seus professores. Foram eles que me acolheram e fizeram que esta minha estadia aqui fosse um tempo agradável e útil chegando eu a sentir-me em casa.
Porto, 12.12.2006

Cumprimentos carinhosos,
Klara Tesseur

N.R.
Algumas alterações ortográficas da responsabilidade da redacção.


  
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Edição:

N.º 163
Ano 16, Janeiro 2007

Autoria:

Redacção

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