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Armas nucleares como forma de dissuasão: Brown provoca onde de críticas

O ministro britânico das Finanças, Gordon Brown, provocou uma onda de críticas ao manifestar-se a favor da renovação da força nuclear britânica, como forma de dissuasão.
A Grã-Bretanha possui actualmente quatro submarinos de propulsão nuclear que podem ser equipados cada um com mísseis balísticos Trident D5, de concepção americana, com um alcance de 7.400 quilómetros, e 48 ogivas  nucleares, devendo sair de serviço até 2024.
Renovar os mísseis custará entre 14,6 a 36,4 biliões de euros, uma opção que, além do custo, está muito longe de ser aceite por unanimidade, especialmente entre as fileiras dos membros do Partido Trabalhista.
Antecipando-se ao debate, Brown, que é apontado como o sucessor de Blair quando este deixar as funções em Downing Street, provavelmente em 2007 ou 2008, deu uma opinião clara. A Grã-Bretanha deve continuar "forte na defesa, na luta contra o terrorismo, no seu apoio à NATO e às suas forças armadas no país e no exterior, e na manutenção da nossa capacidade de dissuasão nuclear", disse Brown, o que despertou a revolta da esquerda do seu partido.
Mais de 120 parlamentares, incluindo 93 membros do Partido Trabalhista, assinaram uma petição solicitando uma votação sobre esta matéria. "O assunto é muito sério... os representantes do povo devem decidir", afirmou a presidente da campanha pelo desarmamento nuclear, Kate Hudson.
Segundo ela, o aumento do poder nuclear na Grã-Bretanha contradiz a assinatura do Tratado Contra a Proliferação Nuclear que inclui uma cláusula de desarmamento segundo a qual "nada se fará para agravar as tensões internacionais ou que leve outros países a concluir que também eles devem desenvolver o seu arsenal nuclear".
Outras críticas destacam que a Grã-Bretanha é muito dependente do ponto de vista técnico dos Estados Unidos para que o seu sistema de dissuasão seja considerado independente. O país depende dos Estados Unidos principalmente para a manutenção dos sistemas nucleares e o fornecimento de componentes.
A força de dissuasão nuclear britânica foi criada em 1952 para fazer frente a uma eventual ameaça soviética. A Grã-Bretanha "partilha com os Estados Unidos um pool de mísseis, podendo utilizar 58 ao mesmo tempo", explicou à AFP Lee Willett, especialista do centro de pesquisas especializado nas questões de defesa, o Royal United Services Institute for Defence and Securities Studies (RUSI).
Desenvolvido pelo construtor americano Lockheed-Martin, o Trident entrou ao serviço em 1994, 14 anos após ter sido escolhido pelo governo de Margaret Thatcher para substituir os mísseis americanos Polaris.
Os submarinos e as ogivas nucleares têm o seu termo de validade previsto para meados de 2020.


  
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Edição:

N.º 158
Ano 15, Julho 2006

Autoria:

AFP
Agence France-Presse
AFP
Agence France-Presse

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