O principal sindicato de professores do ensino superior britânico (Natfhe), que reúne cerca de 69 mil filiados, decidiu recentemente dar livre margem aos seus membros para boicotar as universidades israelitas que não se demarquem da política de apartheid seguida pelo governo deste país. A medida surge no seguimento de uma moção apresentada durante a realização da conferência anual da Nafthe, realizada no passado mês de Maio em Blackpool, aprovada por 106 votos favoráveis, 71 contra e 21 abstenções, onde se denuncia ?as persistentes políticas de apartheid em Israel?, citando-se, entre outras, a ?construção de um muro de exclusão? e de ?práticas educativas discriminatórias.? Referindo-se ao caso, o porta-voz da organização, Trevor Phillips, afirmou tratar-se apenas de uma ?sugestão?, adiantando que é deixado ao ?critério individual de cada professor agir em função da própria consciência? relativamente aos investigadores e às instituições educativas com quem trabalha. Esta decisão foi denunciada como um exemplo de ?flagrante discriminação? por parte do embaixador de Israel no Reino Unido, Zvi Heifetz, segundo o qual um boicote universitário a Israel é ?contraproducente e extremo?. O governo britânico reagiu igualmente pela voz do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Lord Triesman, para quem iniciativas deste âmbito são também ?contraproducentes e retrógradas?. O secretário-geral do Nafthe, Paul Mackney, mostrou igualmente o seu desacordo, afirmando que apesar de a maioria dos professores universitários britânicos estar em ?desacordo? com a ocupação da Palestina ?esta não é a melhor forma de agir?. Já no ano passado, um outro sindicato britânico ? a Associação dos Professores Universitários (AUT), considerado menos representativo ?, havia suscitado a polémica decidindo boicotar duas universidades israelitas, a de Haifa e de Bar Ilan, próximas de Telavive, argumentando que elas violavam a liberdade de consciência dos docentes sobre a questão palestiniana. O boicote, no entanto, foi abandonado um mês mais tarde. No início deste mês, a Nafthe e a AUT fundiram-se num novo organismo, o Sindicato dos Liceus e Universidades, pelo que ?esta tomada de posição deverá fazer reflectir a nova direcção?, afirma Trevor Phillips.
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