A Internet, considerada uma fonte inesgotável de conhecimento, está a tornar-se também numa crescente fonte de plágio de trabalhos escolares e num pesadelo para os professores. Sobretudo nos países nórdicos e anglo-saxónicos, onde, desde 2001, um estudo americano alertava para o facto de cerca de 41 por cento dos estudantes ter admitido o plágio de artigos ou trabalhos retirados da Internet, contra 10 por cento em 1999. Em França, um estudo conduzido pela Sociedade Seis Graus refere que três em cada quatro estudantes admite recorrer à cópia de artigos da Internet para realizar os seus trabalhos. Perto de 90 por cento dos 191 professores inquiridos neste estudo reconhece, por seu lado, já ter sido confrontado com esta suspeita. Ainda de acordo com o estudo, os estudantes afirmam que em cada 12 trabalhos entregues em média anualmente, três em cada quatro continha no mínimo uma passagem retirada na íntegra da Internet. Perto de metade dos estudantes dizia fazê-lo por ?facilidade?, um quarto deles por "falta de tempo?. De facto, o esquema torna-se tanto mais fácil quanto sítios da Internet como www.pickdoc.com, www.cheathouse.com ou ainda www.oboulo.com fornecem trabalhos escritos ? desde ensaios a teses e dissertações ? nos mais variados domínios, triados por disciplina e nível escolar. Face a esta situação, os professores parecem desarmados. Alguns, como Michelle Bergadaa, professor da Universidade de Genebra, decidiram agir, criando, em 2004, um sítio com informação detalhada e alguns testemunhos sobre esta questão, que pode ser consultado em www.responsable.unige.ch. O apelo à consciência individual, porém, não resolve o problema. A única solução para este tipo de fraude passa por programas de detecção de plágio na Internet. É o caso do sueco Urkund, do francês Compilatio ou do americano Turnitin, que, a troco de uma anuidade entre os 50 e os 150 euros, garantem conseguir fazer corar de vergonha os prevaricadores.
|