Para os meus discípulos de Etnopsicologia da Infância
Devo confessar que a frase do título não é minha. Antes fosse. É a frase de Mac Kinsey ou Clare McMillan, a mulher do Biólogo, Entomólogo e Sexólogo, o Professor Doutor Alfred Kinsey, o autor do denominado Relatório Kinsey, sobre a sexualidade da vida adulta e das crianças, escrito após reparar que nos anos 60 do Século XX nos Estados Unidos, as pessoas nada sabiam sobre a vida sexual. É verdade que os meus Santos Padroeiros, Freud, Klein e Bion, tinham referido consequências e sequelas da vida sexual entre membros da sociedade ocidental, mas como doenças e problemas. Alfred Kinsey e Clare MacMillan organizam um Instituto de pesquisa sobre os mitos, os desejos, o imaginário da vida sexual entre adultos. A frase de Clare MacMillan, é, antes, a frase de uma mãe, que também refere que as crianças crescem num instante e o ninho ? lar ? fica vazio. Vazio da responsabilidade de tomar conta de seres a explorarem o mundo, a entender a relação amorosa, a emotividade e os sentimentos eróticos, que sentem mas não sabem que é procura de uma outra pessoa para amar, tocar, se esfregar, ter um compromisso. Clare entendia o seu dever emotivo, o seu marido, entendia de estatísticas, de como medir o saber de seres humanos sobre a sua reprodução, sem falar de amor: o amor não pode ser medido, donde, não é sujeito de pesquisa científica. A sexualidade não era falada, não era explícita, não era conhecida. Se os mais novos brincavam à masturbação, a ética ripostava que causava doença, sem saber que o prazer erótico solitário faz parte da vida de qualquer ser humano desde que nasce até a sua morte. A masturbação é parte da vida e é melhor falar que punir ou impingir medos. É tão verdade essa naturalidade, que até o Catecismo da Igreja Católica o retirou do seu texto. Outros, nem falam do facto. Era Clare MacMillan ou Kinsey, a mãe interessada em dar noções de erotismo à sua ninhada, enquanto o pai, à sociedade tout court. Motivo da sua frase, comentada a um discípulo e amante do seu marido, um rapaz de 20 anos ou mais, mais tarde também o seu amante. Histórias do ?arco-da-velha?? Apenas um exemplo do que Kinsey descobre, e prova, com a sua equipa, acontece entre todos os membros da vida social. A relação sexual nem dá vergonha nem é pecaminosa, não entontece nem faz adoecer os seres humanos. A heterossexualidade, a homossexualidade, a bigamia, hetero ou homo, a bissexualidade, o amar outros enquanto se tem assumido um compromisso com um, como acontece no Ocidente, fazem parte da interacção social, fazem parte da nossa civilização, apenas que não se diz, não se fala. O adultério é de espécies, ou, por outras palavras, há o ?clássico? já referido, há o de um homem casado e o seu amigo, há o adultério múltiplo, há o adultério de apenas uma hora, para libertar desejo ao se gostar de alguém ou se sentir seduzido ou gostar de seduzir.(1) A mudança de preferência sexual ao longo da vida, é um facto sabido, hoje em dia, mais do que provado e que acontece de forma múltipla. E, no entanto, parte do prazer, é não dizer, o segredo da relação que penetra o corpo e a emoção. O som de um ninho vazio, é a falta de seres humanos não apenas para educar, bem como para falar de forma aberta e sem vergonha, sobre a preferência sexual, que, as vezes, passa não só pelos atributos eróticos das pessoas, bem como pelas posses para gozar e partilhar. Como os jogos amorosos, prévios, durante, depois, da intimidade da penetração de um ser humano dentro de outro. A penetração com emotividade, acabam por causar prazer e objectivos de vida, dizem Kinsey e a sua mulher. E mais nada. Um tema tão difícil em apenas poucas palavras, apenas permite sugerir aos adultos serem abertos no erotismo, como nos outros assuntos da vida. Parede, 11 de Março de 2006
Nota: 1) Para saber mais, consultar website: http://en.wikipedia.org/wiki/Alfred_Kinsey , ou o filme de 2004 de Francis Ford Copolla, 2005:O Relatório Kinsey, DVD LNC,USA.
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