A Europa está a perder a batalha da educação e da qualificação, arma decisiva para o novo clima de competição económica com a China e a Índia, revela um estudo apresentado pelo departamento educativo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). De acordo com as conclusões do relatório, os países europeus deverão revolucionar os sistemas educativos, a exemplo da Finlândia, fazendo com que as instituições educativas prestem contas pelos resultados. ?O tempo em que a Europa fazia concorrência com países de baixas qualificações e salários acabou?, refere Andreas Schleicher, autor do estudo, salientando que países como a China e a Índia têm populações com qualificações elevadas e baixo custo salarial. ?Ora isto muda profundamente as regras do jogo?, diz. A juntar a estes argumentos, Schleicher refere que tanto a França como a Alemanha, que representam cerca de um terço da economia europeia, ?já não estão no pelotão da frente no que toca ao desenvolvimento do saber e do talento?. Além disso, as grandes economias europeias, incluindo a Itália e o Reino Unido, têm também estagnado no que se refere à taxa de diplomados jovens, para países como a Coreia do Sul, por exemplo, e mesmo regredido, como é o caso da Alemanha. Apesar das perspectivas sóbrias, porém, o estudo considera que não há razões para alarme, citando a reforma educativa na Finlândia como um exemplo a seguir. E sugere algumas recomendações, como reconstruir um sistema de instituições educativas ?diversas, viáveis e de alta qualidade? e sobretudo que ?prestem contas pelos seus resultados?. Além disso, é necessário que a capacidade de gestão dos seus responsáveis esteja à altura das ?empresas modernas? e reflicta mais do que os ?interesses da comunidade académica?. Depois, prossegue, é indispensável que o financiamento educativo, onde se inclui o apoio aos estudantes, mobilize ?fundos públicos e privados? de uma forma coerente com os proveitos sociais e individuais saídos da formação universitária.
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