O leitor deve estar perguntando é óbvio, do porque do óbvio. É que ouço tantas e tantas vezes essa palavra em vão que estou estudando a economia de seu uso, é óbvio. Ocorre que no óbvio existe um esconderijo legal, aquecido, a espera de moradores ávidos pelo óbvio. Veja no mercado, o óbvio esta por todas as partes. Atender bem aos clientes é óbvio, ter qualidade é óbvio, ser ágil, rápido é mais óbvio ainda, então não se deve mais falar no óbvio, perder tempo com uma coisa tão...óbvia. Não seria uma perda de tempo falar do óbvio, entretanto se ainda tenho leitor que busque a fuga do óbvio, digo com a certeza dos grandes filósofos, a objetividade dos acadêmicos e a honestidade dos políticos: ?isso não é tão óbvio assim!? ? quantas vezes você foi mal atendido como cliente essa semana? Quantas se deparou com produtos estragados e sem qualidade? Quantas vezes deixou de receber um sorriso por uma determinada compra? Quantas situações encontrou onde o tal óbvio não foi usado? Quanto desperdício em nome do óbvio. E o tempo então, não se pode discutir o que todos sabem, mas se todos sabem, porque continuamos a fazer errado? Não limpamos direito, não atendemos direito, não administramos direito, não ouvimos direito, também prá que não é? Tudo isso é tão óbvio. As pessoas acham que as outras fizeram e não fazem o que se tem que fazer. A criança não houve o pai porque ele certamente não ouviu o dele, o professor não é ouvido porque o que ele fala é de uma obviedade transgressora, o mundo não ouve os grandes religiosos e pregadores em detrimento do óbvio. Na televisão reclamamos do óbvio em tudo. E assim, andamos de lugar em lugar reclamando da obviedade. Por tanta obviedade junta, e sentido pela não leitura do óbvio, despeço-me, é óbvio.
Fabiano Silvestre Professor de Marketing na ESAMC, Consultor, Mestrando pela UNICAMP, Brasil
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