Caracterização da Organização |
Nos finais dos anos 80, um inquérito destinado
a averiguar em que é que as famílias do Vale do Ave trabalhavam deu
a conhecer que cerca de 50 crianças estavam empregadas em fábricas têxteis
da região. Foi o que bastou para a tomada de consciência do problema
e para a criação, em 1988, da Confederação Nacional de Acção Sobre o
Trabalho Infantil (CNASTI). Esta confederação reúne 13 organizações
ligadas à acção católica, ao movimento sindical e á sociedade civil.
Uma vez a descoberto, a problemática do trabalho infantil entrou para
a agenda política portuguesa. E assim, em 1992, o governo do Partido
Social Democrata, na pessoa do ministro do Trabalho, Silva Peneda, admite
a existência de 15 mil crianças trabalhadoras. Hoje, sabe-se que existem
pelo menos 47 mil, sobretudo nos sectores do têxtil, construção civil,
indústria panificadora e restauração, entre outras. Sabe-se que a tendência
é para o aumento do trabalho infantil e por isso a CNASTI está alerta.
Mas é importante a mobilização da sociedade civil, para isso a confederação
tem uma Linha Verde - 800 20 20 76 - de denúncia de situações de exploração
de mão-de-obra infantil.
As estratégias de combate passam também pela sesibilização e informação
sobre todas as questões que envolvem esta matéria. Teresa Costa, presidente
da comissão executiva da CNASTI lamenta a falta de apoio financeiro
que leva a que a acção desta confederação esteja muito limitada em termos
técnicos e humanos. Apesar das limitações, a CNASTI colabora com Universidades
e outras organizações na realização de estudos para diagnosticar o
fenómeno do trabalho infantil. |