Os países em desenvolvimento devem reforçar os seus sistemas educativos para
enfrentar a epidemia de Sida, que poderá reduzir em 20% o Produto Interno Bruto
(PIB) das nações mais afectadas até 2020, segundo informa um relatório
publicado pelo Banco Mundial.
A Sida está a matar milhares de professores por ano, especialmente em África,
pelo que estão seriamente comprometidos os esforços das nações mais afectadas
de fornecer educação primária a todas as crianças até 2015.
O Banco Mundial cita como exemplo a República Centro-Africana, onde 85% dos
professores mortos entre 1996 e 1998 eram seropositivos e faleceram, em média,
dez anos antes da idade da reforma. No Quénia, o número de mortes de
professores passou de 450 em 1995 para 1500 em 1999, e numa das oito províncias
do país entre 20 a 30 professores morrem todos os meses de Sida, segundo aquele
organismo internacional. Ainda de acordo com o Banco Mundial, pelo menos 30%
dos professores em algumas regiões do Uganda e do Malawi são seropositivos,
proporção que atinge os 20% na Zâmbia e os 12% na África do Sul.
O Banco Mundial destaca que os esforços de formação deverão incidir sobretudo
nas crianças entre os 5 e os 14 anos, "que representam a faixa etária mais
promissora na medida em que corre menor risco de ser infectada pelo vírus".
A amplitude da epidemia de Sida no mundo é enorme, recorda o Banco Mundial.
Mais de 40 milhões de pessoas eram seropositivas no final de 2001, entre elas
17,6 milhões de mulheres e 2,7 milhões crianças com menos de 15 anos. Em 2001
foram registados cinco milhões de novos casos.
A África subsaariana constitui o epicentro, mas a epidemia começa a estender-se
sobretudo na Europa do Leste, com a duplicação do número de novos casos na
Rússia desde 1998. A Ásia não escapa ao agravamento deste flagelo, mesmo apesar
de as estatísticas nacionais parecerem "falsamente recorfortantes", destaca o
relatório do Banco Mundial. Segundo este organismo internacional, Camboja e
Tailândia registam uma taxa de crescimento anual entre os 2 e os 4%, simelhante
a numerosos países da África ocidental. A Índia ocupa o segundo lugar atrás da
África do Sul em número de pessoas infectadas pela Sida.
|