(ou algumas histórias que podem estar escondidas nos sítios onde os alunos
agridem os professores)
Uma cidade pobre numa cidade rica
(ou como o portuense Bairro de S. João de Deus pode ser conhecido pela alcunha
de Tarrafal)
A história não é inédita e poder-se-ia contar em apenas três
palavras: aluna agride professora. Passou-se na escola EB 1,2 de São João de
Deus, no Porto, mas podia bem ter acontecido em qualquer outra escola do país.
Uma aluna do 5º ano, com 14 anos, sentou-se na mesa com os pés na cadeira. Chamada
à atenção pela professora, a rapariga respondeu com insultos e pegou num cesto
de papéis para lhe arremessar. Uma outra professora tentou impedi-la e acabou
por ser ela a agredida. O incidente poderia não parecer significativo, não fosse
o facto de, ao longo deste ano lectivo, naquela escola, quatro professores terem
já sido confrontados com atitudes violentas por parte de alunos dos 5º e 6º
anos, entre os 12 e os 15 anos, quando repreendidos por assumirem comportamentos
menos consentâneos com o normal desenrolar das aulas (como atender o telemóvel
ou queimar uma folha de papel, por exemplo). Mas não são apenas os alunos a
revelarem-se agressivos com os docentes: o ano passado uma encarregada de educação
bateu numa professora, e não raramente estes são insultados e ameaçados.
Mas desta vez, ao contrário do que até aqui tinha sucedido, o incidente transpôs
os muros da escola e deu que falar na comunicação social. Os professores fartaram-se
de serem alvo da agressividade de alguns alunos - e de alguns pais - e resolveram
chamar a atenção das autoridades competentes, convocando uma conferência de
imprensa onde expuseram as fragilidades de uma escola inserida num "meio sócio-económico
difícil" - para recorrer a um eufemismo frequentemente utilizado pelos poderes
públicos como forma de designar este e outros locais onde, na prática, reina
a miséria e a falta de serviços básicos.
"A situação social do bairro tem vindo a piorar nos últimos anos e isso tem
reflexos óbvios na escola. Temos procurado resolver os conflitos no contexto
deste clima social, mas a situação atingiu contornos de agressividade diária
que não podemos tolerar", explica à Página Isabel Costa Mendes, presidente do
conselho executivo.
Para atenuar este clima de insegurança, a direcção da escola exige medidas imediatas
como o reforço da vigilância da escola - nomeadamente através do aumento do
policiamento - e a inserção de animadores culturais que possam fazer o acompanhamento
extracurricular dos quase 500 alunos que frequentam o primeiro e segundo ciclos.
Esta foi a posição transmitida à Direcção Regional de Educação do Norte (DREN)
e ao Pelouro de Educação da Câmara Municipal do Porto, que se reuniram com o
conselho executivo nos dias seguintes à "revolta dos professores", como alguns
jornais a ela se referiram.
No entanto, nem todos concordam com a ligeireza destas medidas. "Não é adoptando
medidas pontuais que se acabará com a violência no bairro", diz João Paulo Silva,
professor naquela escola, delegado sindical do Sindicato dos Professores do
Norte e um dos principais impulsionadores da conferência de imprensa convocada
pelos professores, afirmando que para haver uma verdadeira mudança torna-se
necessário "alterar a própria natureza do bairro". Aliás, o próprio director-adjunto
da DREN, Fernando Leite, admitiu em declarações à Página que "não basta acautelar
o presente", sendo fundamental "intervir equacionando o futuro".
E o futuro, ao que parece, poderá mesmo passar pela deslocalização da escola,
tal como já havia sido sugerido em conversas de bastidores. De acordo com Fernando
Leite, essa proposta está a ser equacionada pela DREN e pela autarquia portuense,
no âmbito do programa "Urban", destinado à revitalização do tecido social e
económico da freguesia de Campanhã. "O actual espaço físico da escola não permite,
por exemplo, instalar uma cantina e um pavilhão desportivo. É por isso que esta
é, provavelmente, a melhor altura para equacionar nessa possibilidade", refere
aquele responsável. Para quando, é que ainda não se sabe.
Mas Fernando Leite deixou também algumas sugestões aos professores, que passam,
nomeadamente, pelo "estreitamento da relação de cooperação" com a comunidade
local e pela "avaliação da eficácia do trabalho pedagógico" que está a ser desenvolvido.
"Não basta fazermos afirmações de respeito pelas diferentes formas de viver
e de sentir dos habitantes do bairro, é preciso pô-las em prática".
Isabel Costa Mendes diz que a escola tem tentado dialogar com as instituições
e com a comunidade - nomeadamente em duas ocasiões a que se resolveu chamar
dias "D" - mas que até hoje só obteve o apoio efectivo do Hospital Pediátrico
Maria Pia e do Centro de Saúde de Campanhã, que, de acordo com ela, têm desenvolvido
um "excelente trabalho". O resto, refere, "não passou de compromissos de circunstância
que se perderam no tempo."
A geografia social do "bairro"
O "Tarrafal", nome pelo qual é mais conhecido o bairro de São
João de Deus, tem cerca de cinco mil moradores, o equivalente a uma pequena
cidade, mas onde praticamente as únicas duas instituições presentes são a escola
e a esquadra de polícia - faz quase lembrar um daqueles lugarejos esquecidos
dos "westerns" americanos, onde o mestre-escola e o xerife constituem o único
sinal aparente de organização social. Os acessos são precários, e a salubridade,
em alguns pontos do bairro, é indiscritível: carcaças de carros ferrugentos
misturam-se com toda a espécie de detritos espalhados pela rua, transmitindo
ao visitante, apesar disso, uma imagem mais perto do abandono do que da degradação.
Em conversa com os moradores, aliás, a afirmação mais comum é de que "o bairro
foi esquecido pela câmara".
Ao entrar na zona das "casas" (habitações de tipologia bi-familiar construídas
em 1957 para alojar os primeiros moradores do bairro) o ambiente, apesar da
tal sensação de abandono, consegue ser acolhedor. As pessoas sentam-se à soleira
das portas, conversando com os vizinhos ou apreciando simplesmente o sol daquele
princípio de tarde. Exceptuando as conversas, o silêncio é quase absoluto.
Diante de uma dessas casas três mulheres trabalham em conjunto, entrelaçando
borlas de sisal que irão servir para decorar varões de cortinados. É a única
forma de "sobreviver honestamente", afirma uma delas, num bairro onde, garante,
"muita gente ganha dinheiro fácil". Quando pedimos a opinião relativamente aos
últimos acontecimentos na escola, o comentário é seco: "A culpa é dos professores
que dão demasiada confiança aos alunos. Eles falam para eles na rua como se
fossem colegas", afiança, sob a aprovação tácita das outras duas.
De repente, e tendo consciência de que falavam para "um jornal", o teor da conversa
muda subitamente: "O que eu quero é sossego e que a câmara olhe pelo bairro,
porque podemos ter as casas a cair que eles não se interessam. Moro aqui há
57 anos e nunca vi a pouca vergonha e a imundice que é agora". De entre os exemplos
mais significativos, esta mulher destaca a água choca que corre à porta da escola.
"Onde é que já se viu? Isto é demais!". Carla Guedes, de 29 anos, a mais jovem
das mulheres e a única que não se importou de revelar o nome, diz que "eles
já aí estiveram todos", fazendo uma referência indirecta às próximas eleições
autárquicas. Mas dela, garante, "não levam nada".
Mais à frente encontramos outro grupo, três idosos e uma jovem, igualmente em
amena cavaqueira frente à soleira da casa. "A culpa não é dos professores, é
da falta de autoridade da polícia e do excesso de democracia, porque antigamente
os pais eram responsáveis pelos filhos. Hoje ninguém quer saber", diz o velhote,
reformado, que preferiu não ser identificado, olhando em redor para ver quem
o ouvia.
Nessa altura, uma mulher aproxima-se e junta-se expontaneamente à conversa e
afirma sentir-se desanimada pelo facto de o bairro - outrora "um dos melhores
da cidade do Porto" - estar agora votado ao abandono. É funcionária na escola
e prefere identificar-se pelas iniciais F.C.. "Era preciso muitas obras aqui,
mas a câmara não faz nada", lamenta. Na sua opinião, as coisas resolviam-se
mais facilmente se houvesse uma comissão de moradores, "mas ninguém quer saber".
Mais difícil se torna, afirma, quando convivem no mesmo espaço três comunidades
diferentes. "É impossível, porque alguns elementos da etnia cigana não nos têm
respeito. Têm mais respeito aos pretos do que aos brancos". E exemplifica: "Quando
há um conflito eles juntam-se todos, mesmo sem saberem do que se trata. Nós
não, somos uns cobardes...". Instada a comentar a situação da escola na qual
é funcionária, critica o facto de o programa Escola Segura, da responsabilidade
conjunta dos ministérios da Educação e da Administração Interna, só aparecer
de "longe a longe". E quando aparecem, diz, "acabam por não resolver nada..."
A atitude de desunião entre os moradores reflecte-se, por exemplo, na inexistência
de uma associação de pais na escola. "Para haver uma associação é necessário
que haja quem tome a iniciativa, mas aqui ninguém quer dar a cara", refere Isabel
Costa Mendes. No seu lugar, foi dinamizado um "clube de pais", que, apesar de
não ter o mesmo poder representativo, sempre vai permitindo aos professores
trocarem impressões com os encarregados de educação e vice-versa. Mas mesmo
esta iniciativa tem vindo a desmoronar, porque os professores, refere, "começam
a ter medo de sair daqui ao anoitecer".
Mais acima, na zona dos prédios vermelhos - construídos mais recentemente -
é visível o corropio de traficantes e de consumidores de drogas duras sob o
olhar complacente dos moradores. Respira-se um ambiente mais tenso e os olhares
são desconfiados. Impressiona sobretudo pensar que aliada à degradação humana,
patente em muitos dos rostos magros que fitam o visitante, são patentes alguns
sinais exteriores de riqueza, nomeadamente no parque automóvel. Boa parte dos
habitantes do bairro subsiste directa ou indirectamente do negócio ilegal da
droga - mais de metade da população, de acordo com o chefe Domingos Magalhães,
comandante da esquadra local - um problema que, de acordo com um número crescente
de opiniões, poderia ser resolvido com alguma dose de coragem política. É neste
contexto de graves problemas familiares, com pais na prisão, toxicodependentes
ou vivendo em situação marginal, que coabitam as crianças do bairro. Testemunhas
diárias de uma realidade que só nos chega através dos jornais e da televisão,
mas com a qual elas se vêem forçadas a conviver diariamente.
"Queremos uma escola nova"
Ao percorrermos as ruas deste "bairro de cima", tivemos oportunidade
de falar com três rapazes que, curiosamente, sintetizam as três comunidades
que ali coexistem. O Ricardo, um menino de 12 anos de ascendência cabo-verdiana,
é o mais expedito a falar. Diz que na escola toda a gente se dá bem e que os
casos de violência que se têm registado partem dos alunos mais velhos e de outros
que "nem sequer são da escola". Quando questionados sobre que medidas tomariam
para melhorar as condições de segurança no interior do estabelecimento de ensino
referem, ingenuamente, que colocariam "uma grade com picos altos e compridos
para ninguém avançar", como acontece na EB 2,3 da Areosa.
Mas nem só de medidas de segurança vivem as expectativas destes miúdos. "Mais
espaço para jogar à bola" e para "praticar desporto", reclamam, explicando que
muitas vezes não se pode utilizar o pavilhão da escola porque "está molhado".
"E agora, durante o Inverno, ainda vai ser pior", afirma outro dos miúdos, que
não quis dar o nome.
A presidente do conselho executivo concorda que o pavilhão está em más condições
e que por vezes chega a estar impraticável, mas defende-se referindo que aquela
infraestrutura é alugada a uma colectividade local, os "Unidos ao Porto", e
que a direcção da escola não pode fazer muito mais do que comunicar esse facto
à DREN e à Câmara Municipal do Porto, que até hoje, pelos vistos, não resolveram
o problema.
Apesar de ter sido um pouco difícil comunicar com adultos da comunidade cigana
- o primeiro grupo que abordamos era constituído por três mulheres que se recusaram
a falar, pedindo que nos afastássemos, sob o olhar atento de um grupo de homens
da mesma etnia que se encontrava um pouco mais distante - não foi difícil chegar
à conversa com os mais novos. Foram eles, aliás, que voluntariamente quiseram
dar o seu testemunho.
São miúdos engraçados, vivaços, e sempre com o coração na ponta da língua. O
Fernando Jorge tem 13 anos e diz que quando chegou ao 5º ano deixou de gostar
da escola. "A professora do quarto ano era como se fosse a nossa segunda mãe,
mas agora perdi o respeito pelas professoras porque elas também não nos respeitam
a nós", afirma com um ligeiro ar de provocação, apesar de parecer bastante convicto
daquilo que diz. Outro dos motivos para o desalento que sente em relação à escola,
segundo o próprio, deve-se ao facto de ter aprendido mais no quarto ano do que
no quinto. Gostava um dia de ser médico, mas refere que "com esta escola não
dá". Outro aluno de etnia cigana, o "Marante", de 14 anos, diz que não sabe
o que quer ser quando for crescido. Mas de uma coisa tem a certeza: "Queremos
uma escola nova, porque esta aqui não tem jeito". Porquê, porém, não sabe justificar
ao certo. Entretanto, deixa um recado para o presidente da junta de campanhã:
"Eles que venham cá pôr luz que o pessoal aqui à noite é roubado e leva sovas
de morte".
Num bairro onde nem a polícia escapa da agressividade de alguns moradores, como
provam as 11 agressões a agentes da PSP em apenas um mês, a polícia vê-se cada
vez mais impotente para tentar travar o clima de reinante. No que respeita à
escola propriamente dita, o chefe Domingos Magalhães refere que as autoridades
policiais actuam sobretudo na perspectiva de intervir no quadro da suas competências
e participar as ocorrências às entidades de direito. "Se as pessoas estão à
espera que a polícia resolva os conflitos estão mal informadas, porque não temos
competência para isso".
No entanto, reconhece o papel difícil dos professores: "Costumo dizer que os
professores têm hoje uma missão muito difícil, mas a violência não é um problema
exclusivo deste bairro". Ali, explica, talvez ela se manifeste com mais visibilidade
porque há muitas crianças "sem qualquer retaguarda". Mas garante que não há
nenhum clima particular de tensão que não se verifique em outras escolas problemáticas
do resto do país, nomeadamente nas escolas da capital.
Projectos de intervenção na "gaveta"
A escola EB 1,2 de São João de Deus faz parte do Território
Educativo de Intervenção Prioritária da Areosa, tendo sido alvo, nos últimos
dez anos, de diversas investigações e projectos de intervenção educativos. A
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação do Porto (FPCEP) é uma das instituições
que tem trabalhado mais de perto com a escola, e, nesse âmbito, através do Instituto
de Inovação Educacional, tentou implementar ali um desses projectos, o "Escolas
Inclusivas", iniciativa da Unesco, que na opinião de Rosa Nunes, professora
da FPCEP, falhou essencialmente por "contradições do centro do sistema".
Tendo como finalidade desenvolver um conjunto de ideias e de materiais de formação
que pudessem ser usados por professores em diferentes partes do mundo, a fim
de ajudar as escolas regulares a responder positivamente à diversidade dos seus
alunos, o projecto Escolas Inclusivas pretendia, no contexto da escola portuense,
"favorecer o reconhecimento da diversidade cultural e estrutural presente no
bairro como fonte de desenvolvimento de todos os actores envolvidos", potenciando
uma "actuação profissional emancipatória no sentido de uma cidadania participativa",
pode ler-se no relatório de avaliação final a que a Página teve acesso. Mas
se os objectivos eram louváveis, a sua concretização ficou pelo caminho.
Iniciado no princípio de 1996, o projecto teve uma lenta caminhada no sentido
de, antes de mais, cativar os professores e as entidades intervenientes - nomeadamente
a DREN e o centro de formação da área geográfica da escola - para as acções
de formação a realizar, e na tentativa de mudança de paradigma educacional por
ele proposto. O trabalho foi-se desenrolando aos poucos e teve consequências
práticas quer ao nível dos discursos dos professores quer na integração comunicacional
entre o 1º e 2º ciclos, proporcionando o "esbatimento de diferentes estatutos
profissionais e de culturas organizacionais historicamente divorciadas".
No final de 1996, porém, a equipa é informada da intenção do Departamento de
Educação Básica (DEB) fazer formação intensiva de formadores a partir das estruturas
do ensino especial, generalizando a metodologia do projecto a partir de pressupostos
que não se incluiam na filosofia da escola inclusiva, Nesta perspectiva, lê-se
no relatório, a proposta inicial deixara de "fazer sentido".
Rosa Nunes foi a coordenadora da equipa de formadores que trabalhou na sua implementação,
supervisionado pelos professores Stephen Stoer e Luiza Cortesão, e considera
que foi o próprio "centro do sistema educativo" que, na sua opinião, "obstaculizou
o desenvolvimento da acção transformativa" que o projecto prupunha para a escola.
Não só através da proposta do DEB para ser o departamento de educação especial
a fazer a formação de um projecto cuja filosofoa é precisamente contrária à
existência de uma estrutura de ensino especial, como pela saída do despacho
contemplando a criação de Curriculos Alternativos. Um "fogo cruzado de contradições",
refere, à qual se juntou o facto de no ano seguinte "pouco restar do corpo docente
que o trabalhara", entretanto colocado noutras escolas.
A segunda fase do projecto iniciou-se no ano lectivo de 1997/1998 e já foi realizada
fora do âmbito formal do projecto da Unesco. No princípio, a escola, autonomamente,
avançou com a constituição de duas equipas educativas e foi com base nessa matriz
organizacional que se desenvolveu o trabalho ao longo do ano lectivo. Mas de
acordo com alguns dos docentes actualmente lá colocados, o projecto foi-se perdendo
por "falta de acompanhamento".
Isabel Costa Mendes afirma que os professores têm tentado previligiar a componente
educativa, pedagógica e a componente lúdica, bem como procurado que o centro
de formação da sua área "adeque progressivamente as acções de formação à especificidade
da escola", mas, conclui, "há aspectos que ainda falham", sobretudo no que se
prende com "questões exteriores à escola".
Mas mesmo os projectos de formação parecem não ser o elixir para a resolução
dos problemas pedagógicos com que os docentes se confrontam no seu trabalho
diário. "Quando pomos um problema concreto aos formadores, eles respondem que
não estão cá para dar receitas, que cada caso é um caso. u gostava de ver essas
pessoas a lidar com determinados problemas que enfrentamos aqui na escola. Os
projectos são muito bonitos na teoria, mas na prática a realidade é outra",
diz Aurora Santos, professora do 2º ciclo,
Na opinião de Paula Adrião, também ela professora do 2º ciclo, é fundamental
conseguir chegar aos pais e responsabilizá-los de alguma forma pelo percurso
escolar dos filhos. "Por mais que os miúdos faltem à escola os pais continuam
a receber todas as benesses sociais e não se lhes pedem responsabilidades. É
preciso que o governo intervenha, porque este é um problema essencialmente político",
diz por seu lado Paula Adrião.
Texto: Ricardo Jorge Costa
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